Negociações de imóveis comerciais dão um salto e movimentam R$ 5,9 bilhões
23/07/2024 - A comercialização de propriedades foi puxada pelo setor de varejo, que respondeu por R$ 2,7 bilhões
Negociações de imóveis comerciais dão um salto e movimentam R$ 5,9 bilhões
Matéria publicada originalmente por Circe Bonatelli, O Estado de S. Paulo – O cenário econômico mais favorável e a redução das taxas de juros no Brasil reacenderam o interesse dos investidores em propriedades comerciais. Um estudo da Cushman & Wakefield revelou que, no segundo trimestre de 2024, foram registradas 37 transações de compra e venda de imóveis comerciais de alto padrão, movimentando um total de R$ 5,9 bilhões.
Esse volume de negócios representa um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2023, quando ocorreram 31 transações que somaram R$ 2,6 bilhões. “Isso demonstra uma movimentação substancial de capital e o crescente interesse dos investidores em adquirir e negociar imóveis comerciais no Brasil”, destacou a equipe da consultoria em seu relatório.
Varejo
O setor de varejo, que inclui shopping centers e grandes lojas de rua, foi o principal motor desse crescimento, com 11 transações que totalizaram R$ 2,7 bilhões, ou 46% do total. Um destaque foi a venda de participações nos shoppings Grand Plaza, Cidade São Paulo, Tietê Plaza, Metropolitano, Barra e Cerrado pela Syn para o fundo XP Malls, por R$ 2,1 bilhões. Segundo a Cushman & Wakefield, a perspectiva para o setor de shoppings é positiva, com alta taxa de ocupação, fluxo constante de visitantes e adaptações às novas demandas do mercado.
Galpões logísticos
Outro setor aquecido foi o de galpões logísticos, com 18 transações somando R$ 2,3 bilhões. Entre os principais negócios está a venda de dois galpões da Log Commercial Properties em Salvador (BA) e Betim (MG) por R$ 500 milhões ao fundo imobiliário BTG Pactual LOGCP. A crescente demanda por imóveis de armazenagem e distribuição, impulsionada pelo comércio eletrônico e operadoras de logística, tem sido um fator chave nesse segmento.
Prédios corporativos
O mercado de prédios corporativos também apresentou movimentações significativas, com oito operações totalizando R$ 915 milhões. As aquisições de participações nos edifícios Cidade Jardim e Faria Lima 4440, ambos classe A em São Paulo, por cerca de R$ 480 milhões, foram os principais destaques. A Cushman & Wakefield prevê um aumento na busca por novas áreas de locação em prédios de escritórios à medida que mais empresas retornam aos espaços físicos.
Retorno para investidores
O estudo também mostrou um aumento na taxa de retorno potencial para os investidores. O cap rate médio no segundo trimestre de 2024 foi de 8,9%, comparado a 7,4% no mesmo período de 2023. O cap rate é calculado pela divisão do faturamento anual com aluguéis do imóvel sobre seu valor de aquisição. Um cap rate mais alto indica um potencial de retorno maior para os investidores, o que tem contribuído para o aumento das negociações desses ativos.
Conclusão
A combinação de um ambiente econômico mais estável e a queda dos juros está transformando o mercado de imóveis comerciais no Brasil, tornando-o mais atrativo para investidores. O crescimento expressivo nas transações e no cap rate médio evidencia a recuperação e o potencial de valorização desse segmento, destacando oportunidades significativas para investidores em 2024.
Fonte: https://construliga.com.br/conteudos/gestao/mercado-da-construcao/negociacoes-de-imoveis-comerciais-dao-um-salto-e-movimentam-r-59-bilhoes/